sábado, outubro 15, 2005

MEU TELEVISOR NÃO É AUTO-LIMPANTE

(O Massacre Da Serra Elétrica)
(Gritaria explícita e com motivos)
A estética ruidosa e a narrativa agressiva e perturbadora de o "Massacre da Serra Elétrica" (Tobe Hooper), porta-se como a principal referência e tendência aos filmes de terror produzidos após o ano de 74, e expõem a partir do uso da violência grupos alienados presentes em nossa sociedade.
Comparando-o com as produções recentes, a estética visual límpida domina (existem exceções como anteriormente também existia), mas em Hollywood tornou-se rotina trabalhar em filmes onde somente a história deve incomodar (e ainda olha lá), e quando pretendem perturbar com a linguagem acabam detonando o que é conhecido como cinema.
(Abrindo espaço)
O incomodar pode ir além da história, trabalhar com a transgressão estética: explodir a imagem na tela; virar do avesso a versão apresentada no roteiro; edição e montagem com o desejo de expressão agressora. Não basta dizer com palavras, é necessário incomodar com a imagem, com o som... fazer pensar. Sabe-se que a base para várias histórias é a redundância, pode-se nomeá-la como "a papagaiada", mas o diferencial em uma direção está em saber usufruir de artimanhas que se fazem necessárias antes, durante e depois da conclusão do filme. A obra vive e merece viver.
(Voltando a gritaria)
Produzido de forma independente, o uso do 16mm em "O Massacre..." faz da fotografia uma alegoria impregnada de ruídos e colabora desmistificando a ideia de que só com grandes investimos financeiros grandes obras surgem (e existem).
Tobe Hooper traçou um objetivo, o de trazer o insuportável a tela e isso fica claro pelo detalhamento, o emocional dos personagens, o sentido expressivo de cada close-up e principalmente quando o icônico Leatherface é apresentado.
Uma refilmagem de "O Massacre da Serra Elétrica" está em andamento, mas independente de sua finalização, não ignore o antigo.
(Que fique claro)
Enquanto eu sobreviver, sendo no lugar do mocinho ou do bandido, vou permanecer com a língua afiada, a agressão sonora permanecerá como permanece nos gritos de Sally Hardesty no clássico de Horror de Tobe Hooper.
Me orgulho em ter como meu 1º DVD o filme intitulado como "O Massacre da Serra Elétrica".
(E permaneço gritando)

3 comentários:

Anônimo disse...

Puta que pario!

Olha para esse, textos enquanto eu o lia sentia como se a gritaria estivesse ao meu ouvido...


Mas ao invés de incomodar,o texto me jogava pra dento...
Como á fotografia desse texto suja imunda...
Perfeita...

Incomoda...Mas não passa de um espelho do que nós mesmos somos.

Pois não importa mocinho ou bandido...NINGUÉM PRESTA...

Velho continue arregaçando o mundo com suas reclamações.

Anônimo disse...

muito bom, no meio do texto vc dá um desabafo soltando seus pensamentos da sua proposta de cinema marginal! gostei muito!

Anônimo disse...

como so atrasada to comentando o post anterior hahaha
Que me lembrou o filme Secretária de Steven Shainberg, que eu particularmente acho que naum eh comedia porra nenhuma...
soh quem passa batido o filme e naum quer entender os personagens pode achar que eh comedia...
Po lembra o seu irmão pra me emprestar uns filmes ai vc escolhe uns legais e tal... Devolvo inteiro prometo!