quinta-feira, julho 13, 2006

¿QUEM DETERMINA O TEMPO?

(Poseidon - Wolfgang Petersen)
Parte Inicial
Os nomes dos créditos iniciais ao meio de um plano sequência é objeto para encher os olhos, a onda, o impacto, o desastre de cabeça para baixo, espere... de quem? Então, como começar um filme; aliás, como começar uma crítica? Talvez um espelho sobre o filme ou um espelho sobre a crítica? Necessariamente estão ligados e como uma artilharia estão expostos, aqui deixo a crítica mal feita falar sobre o filme, ao menos por alguns momentos.
Um transatlântico no meio do oceano a comemorar o Ano Novo em festa; famílias e famílias; conhecidos e desconhecidos para o saboroso início de ano no lenga-lenga capitalista; um subjulgamento de atitudes; a procura falsa de um herói frustado ou debochado a campeão; todo o envolvimento entre pai e filha em relações românticas; a exposição da classe alta e baixa em um mesmo espaço principalmente cenografado na base pública com influência na televisão. Uma onda; um choque na mente até do suicida; a festa subverte a felicidade para agonia do sofrimento. Uma mentira com facilidade dirigível, um problema para o cinema e já não sei dizer para pipoca publicitária.
(Sem luz do começo ao fim)
O que é interessante em Poseidon? Sim existe algo, mas o quê?
Vamos falar dos desinteressantes que são mais importantes para fazer sofrer o filme e o barco do título pelicular sangrar entre o casco, escaldando em popa à proa e estibordo à bombordo.
Desinteressantes:
¬Planos de grandiosidade em escalas de baile, sem orquestra dirigida;
¬Lance de diálogos que forçam respostas de ponta da língua;
¬Uma climática de dramaticidade e um foco no desfoco da visão do marketing de closes;
¬Estereótipos no sofrimento do perfil de cada ator/atriz;
¬Reflexo do passado traumático ou exemplar;
¬Seleção de personagens no desenvolver da história para uma vitória de público;
¬Ruídos de aspecto habitual na ordem cronológica;
¬Ações em quantidade de fragmentos do que complexidade de ações;
¬Montagem explicativa plano-a-plano.
Parte Final
Interessante:
¬Um desenvolvimento no duto de ar, onde vê-se e sente-se a claustrofobia de uma sequência realmente nervosa mas de simples solução.
As ações presentes acontecem simultaneamente ao náufrago do Poseidon, porém a montagem em paralelo cria a expectativa não tão produtiva. Não confere o tempo, sua definição é pelas sequências para fuga do exílio forçado ou pelo período que o barco tem a naufragar ou pelo diretor guiado pelo roteiro expondo o início até o fim do filme?
O controle decisivo do filme deveria permanecer na mão do diretor, porém a fragilidade apresentada deixa com que as sequências maquiadas determinem o trajeto em ações pegajosas e um clima cafona padrão de sentimentalismo em seus personagens. Wolfgang Petersen já faz parte de uma quantidade simbólica de filmes em Hollywood e a culpa pela falta de autoria em seu cinema é de conformidade, sem questionamentos sobrevive de um cinema que falta absorsão de novas idéias, ideais e uma fixação determinante; um cinema ficção mais real ou um cinema com extrema prevalência de ficção, fora do padrãozinho barato dos produtores e o retorno financeiro com a exibição; faltam articulações em seus filmes que é baseado em lucros e sem base para uma reflexão cinematográfica produtiva. Desculpem pois a crítica fugiu do filme mas qual é a função de uma direção?
A descoberta não seria descoberta e sim confirmação:
Não sei escrever, não sei falar, não sei andar, não sei escolher, não sei porra nenhuma; sou um otário marca placa e o dia 13/julho/06 só me fez confirmar tudo!
Adendo:
Dia 15/julho/06 me criou nova esperança, mesmo com quase total certeza do texto título acima, a esperança permanece em um retorno que transgride as virtudes em destaque. Nem tudo mais será talvez e/ou sei lá; ao menos espero com o famoso tempo!

sexta-feira, julho 07, 2006

DE FETO DEFEITUOSO

(Hitler 3º Mundo - José Agripino de Paula)
Algumas cenas mal feitoras são produzidas sem o nexo conexo que deveriam se formar (que ao menos a generalização populacional aguarda euforicamente - por outro lado - graças a divina imaginação inventiva, nem tudo é coerente); uma enxadada na cabeça e uma seqüência profunda na montagem atribui uma bomba na cinematografia rebelde, principalmente na época maldita no Brasil (esse reflexo da época permanece hoje em dia), esse filme bomba é Hitler 3º Mundo.
José Agripino de Paula divide o ponto-chave aguardado e lança um Jô Soares samurai, um Monstro super-quem-sabe-herói "Coisa" procurado, um Nazi-Hitler-robô, um magistrado ou ditador, etc; quem sofre os danos? Todos, pois tudo é maldito e do maldito surge a forma caótica da relação explosiva do esconde-esconde dentro da piada governamental na ditadura.
Seqüências em centralização e descentralização da ação, imagem visionária em espaços curtos separados por blocos, Jimi Hendrix acordando com acordes; a conclusão está no suicídio, a solução suficientemente letal na maluquice mundial, um filme possessão, um demônio em forma de caos.
Aviso:
Para uma revelação explícita diante do filme, abra o crânio e reflita gargalhando com o humor negro diário de um mundo cópia da publicidade do falatório que convém a converter conceitos e caracterizar como careta (ordinários), toda população. A imbecilidade é crédito para os que fugiram antes dos créditos finais, povinho mal caráter, não fuja no meio da sessão! Já os que não viram, como o filme não consegue um espaço para exibição, curta o Jairo (Canibal Cultural) Ferreira, que nos presenteia em poesia com o magestroso Cinema de Invenção.