sexta-feira, agosto 26, 2005

CINE IMPERFEITO

Recentemente um dos sites de cinema que eu mais considero, tanto pela abrangência, quanto pela profundidade crítica publicou uma resenha feita por mim sobre Batman Begins.
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www.cineimperfeito.com.br
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Batman Begins de Christopher Nolan
Recontar hoje é o foco do cinema de Hollywood. No caso de Batman Begins, reconstruir a biografia do homem morcego com suposta “seriedade” e “realismo” é mais um meio de ganhar novos admiradores ou conquistar os fãs de quadrinhos indignados com os filmes anteriores. Com esse novo trabalho, Christopher Nolan demonstra que o problema de seu filme é justamente querer afirmar a cada plano que aquela é sua visão pessoal (autoral) do personagem de Bob Kane Bill Finger estragando o que poderia ser um artesanato interessante, pois o filme torna-se um estranho híbrido entre uma intenção “autoral” e um trabalho de encomenda. Ou seja, o que Burton conseguiu fazer (ser o “autor” num filme de “indústria”), Nolan não consegue.
A gana do diretor por contar as motivações e caminhos que levaram Bruce Wayne a se tornar Batman - psicologizando sistematicamente - é o ponto que prejudica o filme desde o início como proposta de abordagem e de construção da história do personagem, como um liquidificador que te entrega um herói pronto e despreza a imagem, porque, afinal de contas, para os realizadores, ela não tem nada a dizer. Seus cortes só criam uma tensão: os diálogos lutam pra se manter em um único plano.
Pelo menos aos vilões Nolan poderia ter dado um tratamento digno - o ponto central dos trabalhos de Burton, por exemplo. Pois aqui eles só servem para constar, com a função única de criar antagonistas para Batman. Aliás, muitos elementos do filme não servem em nada a ele. E, como tudo em Batman Begins, só existem pra “constar”, pra justificar que aquele é o Batman que todos conhecem dos quadrinhos. O filme de Cristopher Nolan é uma peça de marketing direcionado a alguns fãs sectários dos quadrinhos, aqueles mais ortodoxos que vivem a protestar e pedir fidelidade à fonte original.
Enfim, o filme todo acaba fugindo pelo ralo, desde o conceito até a sua realização física, com seus diálogos forçados, cortes e movimentos de câmera trepidantes que só servem pra criar ritmo e de tão rápidos se assemelham a um álbum de fotografias esfumaçado. O objetivo então seria se assemelhar aos quadrinhos, ou melhor, trazê-lo a uma suposta realidade, impregná-lo daquilo que os outros (tanto o de Burton quanto o de Schummacher) não tinham. Mas só acaba por frustrar qualquer expectativa em conhecer o homem morcego, seja o dos quadrinhos (como, no caso, Batman Ano Um) ou do cinema. Esgota o personagem e despreza qualquer potencial cinematográfico que ele tenha.

quarta-feira, agosto 24, 2005

NOVE POLEGADAS CRAVADA EM SEU CÉREBRO.


Sinta a solda em estanho líquido fritando suas artérias e corroendo seu cerébro como uma máquina de costura com motor de um Opala...
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Agressividade que aproxima ao universo de Mad Max...
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Perturbação de um tripulante em uma jangada frente a uma tempestade no centro de um oceano...
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Muitos exemplos podem ser dados para tentar definir o que é "Nine Inch Nails", mas talvez o conceito por trás do nome tenha força suficiente para significar.
Os pregos que sustentaram Cristo na cruz.
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Trent Reznor, proprietário e mentor do grupo, com 16 anos de carreira nunca se preocupou em manter uma lógica cronológica para seus lançamentos.
Com o lançamento do álbum "The With" e a esperança que certamente será falsa de um show no Brasil, rever os videoclipes, relembrar das performances ao vivo e escutar uma bordoada seguida de outra é uma das maiores satisfações para quem aprecia música "pesada"... se não "densa". A brutalidade, o sentimento e o êxtase pairam em suas músicas.
Recentemente Johnny Cash atribuiu uma "homenagem" com a música Hurt, e com uma nova roupagem esse ícone majestoso demonstrou reconhecer a força que Trent e o seu "Nine Inch Nails" possui. Absorver suas obras requer paciência e concentração constante, música à música.

terça-feira, agosto 16, 2005

QUANTO MAIS DISTANTE, MAIS PRÓXIMO!

Inconformado com a situação? Um clássico das HQs te trás inspiração para trilhar outros caminhos.
Quanto mais distante de seu lançamento, mais próximo da realidade essa HQ está. Nos dias de hoje se aproveitam do enredo para fazer um filme, mas é importante ressaltar que inicialmente "V de Vingança" é uma HQ que está formulada com o mais puro napalm; expondo ódio perante à falta de liberdade de expressão e proibição.
Apesar das ilustrações de David Lloyd beirarem a confusão e dificultarem a identificação facial entre os personagens presentes na história, acompanhar quadro a quadro essa narrativa possibilita analisar como o argumento criado por Alan Moore se torna um caleidoscópio de diversos manifestos diante da impotência frente a um Estado em regime totalitarista.
Obra obrigatória que merece um lugar reservado em todos os cérebros.

terça-feira, agosto 09, 2005

VAMOS MARTELAR LÍNGUAS!

Com a visão ofuscada, onde se vê o desrespeito contra o cinema, é o mesmo que ver a decadência de idiotas sem qualquer tipo de noção afundar na merda. O gosto é de fazer trincheiras nas salas e entupir a tela de pólvora. Estou ciente que Rogério Sganzerla existiu e existe, como Carlos Reichenbach, Zé do Caixão, Ozualdo Candeias, Julio Bressane e outros que meteram as caras e maltrataram a fantasia cretina brasileira com o sabor do sentimento biruta fora do conformismo mesquinho. Esse blog existe como manifesto, não só do cinema, mas de conteúdo geral.