segunda-feira, setembro 19, 2005

DESORGULHO DE VIVER AQUI!

Até que ponto o Departamento de Cultura de São Bernardo do Campo deixará de manter as aparências de nobre europeus falidos e tratará as escolhas referente ao cinema nacional e internacional como algo digno?
Determinar uma mostra de cinema brasileiro e ter na tela os filmes que encontramos de baciada em locadoras acaba com a expectativa de qualquer pessoa, num local onde são levadas em consideração as produções recentes (que até certo ponto já está errado), não incluir alguns filmes de peso como Peões (Eduardo Coutinho), Entreatos (João Moreira Salles) e Garotas do ABC (Carlos Reichenbach), revela a quantidade de falhas e confirma que as sugestões apresentadas ao Departamento não são levadas à sério. É possível encontrar filmes interessantes na seletiva para a mostra, mas nem todos convêm a ser importantes cinematograficamente para algo que acontece uma vez ao ano.
Alguns acontecimentos relativos a escolhas, mostra a (in)coerência e levemente o descaso com essas exibições. A mostra Akira Kurosawa que teve exibição relâmpago de 9 filmes em uma semana, Alfred Hitchcock sem apresentações aos domingos, fora as raras mostras que são criadas com 2 filmes de um só diretor. Há como se conformar com algumas mostras, mas não se vê uma mostra com filmes de gênero..
Essa falta de interesse do Departamento é recente, começou a cerca de 3 anos, mas vem se mantendo gradativamente até chegar ao momento do "qualquer filme está bom" ou da extinção dessas mostras, é algo a se pensar, pois o investimento é de dinheiro público e para o público e acho que nós estamos nas duas alternativas (ao menos espero).
(espaço)
Relembrando, a mostra de Cinema Nacional começa agora dia 21 e por aí vai, segue a lista:
- MASSENZI – UMA VIDA PARA A ARTE (Willian Chicarelli);
- CAZUZA – O TEMPO NÃO PÁRA (Sandra Werneck e Walter Carvalho);
- CONTRA TODOS (Roberto Moreira);
- NINA (Heitor Dhalia);
- BENDITO FRUTO (Sérgio Goldenberg);
- O CASAMENTO DE ROMEU E JULIETA (Bruno Barreto);
A PESSOA É PARA O QUE NASCE (Roberto Berliner);
O CÁRCERE E A RUA (Liliana Sulzbach);
CABRA CEGA (Toni Venturi);
- MEU TIO MATOU UM CARA (Jorge Furtado e Guel Arraes);
QUANTO VALE OU É POR QUILO? (Sérgio Bianchi).

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom eu realmente não conheço filmes contemporaneos, ou mesmo filmes modernos, mas acho que o tema central de tudo ai é uma forma sutil de demonstrar algo que todos nós sabemos e vivenciamos, Descaso de forma geral e em todos os angulos possiveis e imaginaveis...
Uma tentativa até que ponto bem sucedida eu não sei de tornar as pessoas mas alienadas ao proprio passado que já são...Influenciando e manipulando as pessoas há rir nos momentos em que deviam chorar, por não saber o que realmente se passa ou se passou!
Colocando filmes recentes na tentativa de atrai massa e não publico alvo...
Só lamentos...
O texto é bom, pelo menos eu gostei da interpretação que eu tive agora se está correta ou não já não.