sábado, maio 19, 2007

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(Cartola - Lírio Ferreira e Hilton Lacerda)
No prolongamento do tempo, as lembranças transformam-se em um emaranhado de informações imprecisas, sem a associação definitiva de mês/ano/dia. Existiu, aconteceu, alterou trajetos; tudo isso antes ou depois? Os valores estão presentes, seu efeito de mudança existencial paira sobre o universo; não necessariamente como divisor de águas, mas dentro da estrada, esses valores permanecem como um tijolo resistente e diferente.
Tudo para dizer...
A história de Cartola, um dos compositores musicais mais importantes do Brasil, virou "Cartola", um documento; um filme; um componente que reúne ritmo musical em imagens (vice-e-versa?).
O reconhecimento é necessário...
Apontar a origem de um fato é simples: basta retrabalhar com lembranças, com arquivos, com depoimentos; mas expor já é um grave risco. Sua vida seguiu uma sincronia, Cartola não foi uma simples foto para ser estampa em um LP e agora uma imagem para estampar cartazes de filme, ele foi e é o expoente qualitativo do samba.

(Nobre sambista)
Ao seguir esse interesse em introduzir Cartola em um documentário, Lírio Ferreira e Hilton Lacerda utilizaram em sintonia uma forma de ritmo definido pela musicalidade. O filme não se preocupa em buscar a fragilidade em depoimentos, ou mesmo a exposição precisa no argumento de quem ali depõe. O documento mantém uma centralização em procura de momentos importantes de sua vida, mas com a base em paralelo à sua musicalidade, sem a necessidade de evasão para o derramamento de no mínimo 1/4 de lágrima em seu decorrer.
Em "Cartola", existe contrariedade entre diálogos/letras (assunto) e imagens (exposição), a estética onírica desassocia a obviedade formal, sua construção se define na cadência, na pausa. Com base em imagens de arquivos, seguindo cronologicamente com a história brasileira, traz o ambiente, o cenário, o momento, e, sua montagem excursiona ousadamente utilizando fragmentos de narrativas fictícia/fílmicos já existentes.
1 ª Morte / 2ª Vida / 3ª Morte
"Cartola" impressiona e sensibiliza em sua completa duração, a harmonia é complexa e respeita a arte//ícone. Demonstrando formas já utilizadas, Ferreira e Lacerda conseguiram a façanha de tornar imagens em ritmo musical, isso já visto em filmes do Julio Bressane, mas de uma forma diferenciada ao atingir o expectador.

6 comentários:

Anônimo disse...

O mundo é um moinho...

Vc escreve mto bem, mesmo...

me add no msn
mila_bigai@hotmail.com

=*

f f f disse...

É quase um milagre uma produção "Globo Filmes" ser boa...

este pelo que parece é.

* Liberdade não existe, não neste mundo em que vivemos. Por isso a entrada para o outro mundo é vendida ilegalmente. Pena que a mesma dura só umas 3 horas.

Abraço cara...

Meu TCC ta quase acabando, depois que acabar a gente pode marcar uns roles pra anarquisar por ai.

Anônimo disse...

Entao man....aqui é Vebis jr

Belissimos textos estes do Cartola e Baixio.
Bom ve-lo novamente postando por aqui....o Filme do Ferrara tava ateh quinta passada no Gemini, foi lá que vi!

Anônimo disse...

Meu caro, você está mandando muito bem nos textos!
Parabéns!

urina disse...

Putz, é um prazer escrever e receber a visita de vocês, ainda mais com elogios! Assim fico sem graça, obrigado! É nóis!
Abraços!

urina disse...

De palha, só o espantalho!