(Cartola - Lírio Ferreira e Hilton Lacerda)
No prolongamento do tempo, as lembranças transformam-se em um emaranhado de informações imprecisas, sem a associação definitiva de mês/ano/dia. Existiu, aconteceu, alterou trajetos; tudo isso antes ou depois? Os valores estão presentes, seu efeito de mudança existencial paira sobre o universo; não necessariamente como divisor de águas, mas dentro da estrada, esses valores permanecem como um tijolo resistente e diferente.
Ao seguir esse interesse em introduzir Cartola em um documentário, Lírio Ferreira e Hilton Lacerda utilizaram em sintonia uma forma de ritmo definido pela musicalidade. O filme não se preocupa em buscar a fragilidade em depoimentos, ou mesmo a exposição precisa no argumento de quem ali depõe. O documento mantém uma centralização em procura de momentos importantes de sua vida, mas com a base em paralelo à sua musicalidade, sem a necessidade de evasão para o derramamento de no mínimo 1/4 de lágrima em seu decorrer.
Em "Cartola", existe contrariedade entre diálogos/letras (assunto) e imagens (exposição), a estética onírica desassocia a obviedade formal, sua construção se define na cadência, na pausa. Com base em imagens de arquivos, seguindo cronologicamente com a história brasileira, traz o ambiente, o cenário, o momento, e, sua montagem excursiona ousadamente utilizando fragmentos de narrativas fictícia/fílmicos já existentes.
No prolongamento do tempo, as lembranças transformam-se em um emaranhado de informações imprecisas, sem a associação definitiva de mês/ano/dia. Existiu, aconteceu, alterou trajetos; tudo isso antes ou depois? Os valores estão presentes, seu efeito de mudança existencial paira sobre o universo; não necessariamente como divisor de águas, mas dentro da estrada, esses valores permanecem como um tijolo resistente e diferente.
Tudo para dizer...
A história de Cartola, um dos compositores musicais mais importantes do Brasil, virou "Cartola", um documento; um filme; um componente que reúne ritmo musical em imagens (vice-e-versa?).O reconhecimento é necessário...
Apontar a origem de um fato é simples: basta retrabalhar com lembranças, com arquivos, com depoimentos; mas expor já é um grave risco. Sua vida seguiu uma sincronia, Cartola não foi uma simples foto para ser estampa em um LP e agora uma imagem para estampar cartazes de filme, ele foi e é o expoente qualitativo do samba.Ao seguir esse interesse em introduzir Cartola em um documentário, Lírio Ferreira e Hilton Lacerda utilizaram em sintonia uma forma de ritmo definido pela musicalidade. O filme não se preocupa em buscar a fragilidade em depoimentos, ou mesmo a exposição precisa no argumento de quem ali depõe. O documento mantém uma centralização em procura de momentos importantes de sua vida, mas com a base em paralelo à sua musicalidade, sem a necessidade de evasão para o derramamento de no mínimo 1/4 de lágrima em seu decorrer.
Em "Cartola", existe contrariedade entre diálogos/letras (assunto) e imagens (exposição), a estética onírica desassocia a obviedade formal, sua construção se define na cadência, na pausa. Com base em imagens de arquivos, seguindo cronologicamente com a história brasileira, traz o ambiente, o cenário, o momento, e, sua montagem excursiona ousadamente utilizando fragmentos de narrativas fictícia/fílmicos já existentes.
1 ª Morte / 2ª Vida / 3ª Morte
"Cartola" impressiona e sensibiliza em sua completa duração, a harmonia é complexa e respeita a arte//ícone. Demonstrando formas já utilizadas, Ferreira e Lacerda conseguiram a façanha de tornar imagens em ritmo musical, isso já visto em filmes do Julio Bressane, mas de uma forma diferenciada ao atingir o expectador.