segunda-feira, junho 04, 2012

MEIOS PARA SE CANALIZAR

(Existem vários meios)
Quando penso em TV, ainda consigo pensá-la como uma fonte rica em conteúdo. A mediocridade do meio se dá por conta dos detentores diretos de sua formulação. O meio não se limita. Quanto ao processo, cabe ao descondicionamento, a pesquisa, a reformulação... quando digo reformulação, integro conteúdo a linguagem, pois, não compreendo um funcionamento preciso desvinculando-os.
Roberto Piva mencionado por Jairo Ferreira: Só acredito em poeta experimental que tenha vida experimental.
No caso da TV brasileira, o grande problema está no atraso. Há suspiros de despretensão, mas não duradouros, é um retrocesso contínuo que dura décadas; e esse atraso está preso a audiência, ao incentivo de patrocinadores, a tal imagem desse patrocinador ao consciente coletivo do consumidor.
Um outro problema está na aceitação massiva. Aqui fazem da TV uma criança mimada e cheia de preconceitos, o material produzido não é reflexo da sociedade, a sociedade é que reflete em doses homeopáticas o que ela apresenta. A letargia impregnada na sociedade dá impressão que estamos impotentes frente ao meio, mas lembrem-se, a sociedade e o meio estão integrados e na seguinte ordem: sociedade > meio.
É preciso entender que na integração, todos tem o poder de participação, e abdicar dessa participação é aceitar de cabeça baixa a ideia recorrente dos outros. Sabemos o quanto o meio pode ser usado de maneira fútil, mas é possível equiparar o quanto esse meio pode ser útil?
Se com o tempo, aceitamos a idéia de concessão de TV dada a alguns formadores de opinião, com a internet temos uma brecha para adentrar ao meio televisivo. Que fique claro, usar a internet como ponte, ponte está que não deve ser detonada após construída.
A internet é um respiro, não é um meio nem maior, nem menor que a TV. Pode-se dizer que é mais disposta à sociedade. Nela é possível ser experimental, partir para a prototipagem; além dela conter meios para captar o fluxo de acesso e opiniões, entre outros benefícios.
Há quem se realize "existindo" em um só meio; que se satisfaça somente com a internet ou vice-versa; mas por que não explorar à diversidade que os meios possibilitam? Não evite a criação, a opinião, o estudo, a possibilidade; use os meios para evolui-lo evoluindo, integrando-os.
Limitando a TV sem limitá-la
Gostaria de ver programas integrados; materiais que se completam entre canais; de metalinguagem; do auditório tomando o microfone, a câmera, a luz, o corte, o bloco; ruido visual-experimental; ruido sonoro-experimental; não-imagem; anti-propaganda; novela da vida real; receitas sujas; falta de créditos...
Outra coisa: Alguns radicais dizem que não assistem nada, apontam o dedo e dizem que tudo é medíocre, porém, dê oportunidade para esse radical falar em um programa de TV, duvido que ele deixará de usar o meio, e mais, duvido que posteriormente ele deixará de divulgar para o seu nicho de amigos tal material.

4 comentários:

Rafael Levi disse...

A teve está presa no conforto, e apoltrona é patrocinada.

Tadeu Alves Zvir disse...

E vice-versa!

Rodrigo Nunes disse...

Concordo plenamente!!

Algumas pessoas se aproveitam desse estigma de "TV porcaria" que veio se propagando com o tempo, para infundir de um modo bem dissimulado no subconsciente das pessoas, a interpretação errônea de que "Se tudo o que passa na TV é ruim, logo = Televisão é uma porcaria"... enquanto na verdade não é bem assim! As pessoas se esquecem de que - embora tenha muita programação de baixa qualidade circulando por aí - nós temos a TOTAL liberdade de escolher o que queremos assistir... temos TOTAL liberdade para definir para nós mesmos o que consideraremos como cultura e o que consideraremos como refugo!!

Muitos dos que generalizam e colocam a responsabilidade dessas coisas no meio em si, falam isso sem sequer pensar no que estão falando!! Porque se parassem para raciocinar, saberiam que o que determina a cultura que entra ou que sai de um aparelho de TV não é o Governo nem as Emissoras! Mas sim a mão que segura o controle remoto... essa é a grande realidade!!

Parabéns pelo Blog irmão!! Show de bola!! Abraaaaaaaaaaaaço!!

Tadeu Alves Zvir disse...

O que realmente falta é bom senso, para quebrar com o argumento de quem reclama da "mídia: TV", basta perguntar: Especificamente, o que você gostaria de ter (ver/ouvir/dialogar/sentir) na TV?
O público não se envolve, vê os meios de comunicação como um ser externo de impossível acesso (difícil acesso sim, mas impossível acesso não), por isso fica na letargia de aceitar qualquer papagaiada, sem refletir no próprio ato da escolha e consumo.

Valeu por passar aqui e deixar seu comentário Rodrigo, RÁ!