quinta-feira, julho 30, 2009

INTErFERênCia. na FREQUênCia.

(Uma homenagem póstuma)
Manuel... homem sábio e... semeou conhecimento... Tim, o Manuel que conheci pode ser sábio, mas a arrogância é superior, só não maior que a pura competência, conhecimento semeado à base da Wikipédia. De uma, duas... copiou e plagiou.
Abaixo a relíquia, um papel velho, texto mutilado em dois pedaços pela Bic Vermelha... sangra folha...
Manuel: Como desejo que todos se dêem bem, o mínimo é 7,0, por bondade de minha parte.

("atitude" do "homem sábio" reflete na percepção e no julgamento)
Adendo: Duas frases agradáveis "por esmola!" e "parece texto copiado não é?", infinitamente um arraso.
Um texto copiado
(O vampiro de Curitiba – Dalton Trevisan)
No decorrer do tempo as lembranças transformam-se em um emaranhado de informações imprecisas sem a associação definida a uma data ou local para se situar a origem dos fatos. Com “O vampiro de Curitiba” uma obra que apesar de apontar o local de desenvolvimento da história e tratar de uma formulação em episódios, Dalton Trevisan cria esse sentido.
Dividido em quinze contos, Trevisan narra as andanças do anti-herói Nelsinho, um pervertido sexual que determina a ação a partir da subjetividade do seu desejo sexual, transgredindo valores éticos e morais, uma narrativa que apesar de se assemelhar a uma obra documental, trata-se de uma ficção que transpõe os limites do comportamento humano.
Utilizando uma linguagem coloquial Trevisan constrói várias histórias que não pretende ser cognoscíveis, tanto que a todo momento ele traz a quebra da barreira do tempo, abusando do raciocínio perverso de Nelsinho, narrativas próximo ao confessional que entoa à subversão dos conceitos, desviando de qualquer montagem convencional, eliminando qualquer elemento que traga a avaliação do ato de uma forma bidirecional. Isso não torna a obra isenta de emoções, porém esta carga está fixa ao personagem principal. E mesmo com Nelsinho como protagonista, existe em todos os episódios uma personagem feminina que torna-se o trilho do desenvolvimento e a mediadora da identificação popular.
Existe uma sincronia que combina as ações dentro do conto, porém ao ultrapassar a história de um conto a outro sua narrativa torna-se descontínua, privilegiando a desordem e o único relacionamento existente que permanece é o da conduta marginal.
É possível traçar uma analogia entre outras obras existentes, como por exemplo “Dublinenses” de James Joyce que também é dividia em contos, mas em “O vampiro de Curitiba”, as idéias psicológicas estão sintetizadas; não existe uma fragilidade com um clima romanesco. A obra mantém uma centralização à procura de momentos importantes, ao detalhamento profundo da perspectiva do imaginário irônico e perverso de Nelsinho.
Mesmo com sua publicação em 1965, “O vampiro de Curitiba” mantém-se atual e fiel ao gênero de Dalton Trevisan, sua forma transgressora apesar de simples ainda é um dos maiores expoentes na literatura mundial.